domingo, 28 de março de 2010

EXERCÍCIO E MENOPAUSA



Várias pesquisas já foram feitas sobre o resultado do exercício para mulheres na menopausa e todas elas apontam um efeito benéfico. Em fevereiro de 2009, o jornal O Estado de São Paulo noticiou uma pesquisa multidisciplinar feita na Universidade de São Paulo (USP), que constatou que a prática regular de atividade física foi mais eficiente para melhorar a qualidade de vida de mulheres na menopausa do que o tratamento com reposição hormonal, combatendo os sintomas típicos do período, como indisposição, fadiga, irritação, insônia, dores no corpo e ondas de calor. Segundo Carolina Kimie Moriyama, uma das autoras da pesquisa, as explicações estão relacionadas à liberação de endorfina, substância que provoca sensação de bem-estar, e ao efeito psicológico da interação com outras mulheres, aumentando assim o apoio social e a autoestima.
Uma das queixas mais freqüentes das mulheres nesta fase é o aumento de peso com maior acúmulo de gordura no abdômen. E para a maioria das mulheres, o aumento de peso começa a ser verificado ainda durante a perimenopausa (o ano que antecede a menopausa), quando as mulheres começam a ganhar cerca de um quilo ao ano. A causa deste ganho de peso não é somente a alteração hormonal, mas sim toda uma mudança no estilo de vida. Com o envelhecimento, as mulheres tendem a exercer menos esforço físico, começam a ingerir mais calorias, e tem seu metabolismo basal mais lento. O fator genético também desempenha um papel importante nesta mudança de composição corporal.
Tudo isto pode ter implicações sérias para a saúde, pois o excesso de peso aumenta o risco de colesterol elevado, pressão arterial alta e resistência à insulina, o que pode levar ao diabetes tipo 2. Estes fatores também causam maior risco de doença cardíaca e acidente vascular cerebral. Mulheres que aumentam o peso em mais de 20 quilos após a menopausa elevam o risco de câncer de mama por quase 20 por cento.
Uma pesquisa feita na Universidade Federal do Espírito Santo em 2008, por Lázaro Ferreira, avaliou o efeito do treinamento físico na composição corporal em ratas que fizeram cirurgia para retirada de ovário (menopausa forçada). O estudo, que foi premiado no II Congresso de Ciências da Saúde (na EMESCAN), concluiu que o treinamento físico reduziu a concentração de uma enzima responsável pela captação de gordura e preveniu o acúmulo de gordura visceral e inguinal de ratas na menopausa, sendo este efeito mostrado pela redução do peso corporal. Devido à enorme semelhança fisiológica, a pesquisa experimental em ratos pode ser sugerida para mulheres.
Assim, mulheres fisicamente ativas tendem a ganhar menos peso na menopausa e acumular menos gordura no abdômen. A atividade física, incluindo exercícios de força, é o fator mais importante para manter a composição corporal saudável: mais massa muscular magra e menos gordura corporal.

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